
"Os venezuelanos vão domingo às urnas para dizer se aprovam uma emenda da Constituição Nacional que permitirá a Hugo Chávez candidatar-se ilimitadamente à Presidência da República.
Para o referendo foram convocados 16,7 milhões de venezuelanos que deverão decidir sobre uma proposta que prevê que sejam emendados cinco artigos da Carta Magna, para permitir a reeleição presidencial ilimitada e de todos os cargos de eleição popular.
No poder há 10 anos, Hugo Chávez anunciou recentemente que estava disposto a continuar a gerir os destinos na Venezuela até 2049 - altura em que faria 50 anos na presidência - porque precisa de tempo para poder avançar com o projecto de instalação no país de um regime de "socialismo do século XXI", um "processo" que define como "revolução bolivariana" e que garante "chegou para ficar".
A actual Carta Magna prevê que o presidente possa ser reeleito apenas para dois mandatos seguidos e se a emenda constitucional não vingar, Hugo Chávez terá que abandonar o poder em 2012.
TENSÃO POLÍTICA
Habituados a viver praticamente em permanente campanha eleitoral, com pelo menos uma eleição anual, os venezuelanos viram nas últimas semanas uma intensificação do clima político, com os canais estatais de televisão a fazer abertamente uma campanha política a favor da emenda e as estações privadas a fazer o mesmo mas contra a reeleição presidencial ilimitada.
Também nas últimas semanas inumeráveis cartazes de cor vermelho e branco inundaram o país, chamando a votar pelo "sim" no referendo. Uma campanha que chegou até aos organismos oficiais, com empregados estatais a saírem às ruas, vestidos com t-shirts vermelhas, a apelar ao voto favorável e algumas instituições públicas a exibirem cartazes a defender a continuidade de Hugo Chávez no poder.
O Conselho Nacional de Eleições (CNE) recebeu 210 denúncias de violação às normas de propaganda e abriu 57 procedimentos administrativos, obrigando instituições como a nacionalizada Electricidade de Caracas e o Instituto Nacional de Capacitação Educativa Socialista (INCES) a tirar das suas instalações gigantescos cartazes que chamavam a votar pelo "sim".
O CNE ordenou também aos oposicionistas a suspensão de uma acção publicitária sobre a insegurança por considerar que violava as normas eleitorais.
POSSÍVEL EMPATE TÉCNICO
Proibidas desde há uma semana, as últimas sondagens apontavam para um empate técnico, algumas delas com a opção "sim" em primeiro lugar e outras ao contrário, mas com uma diferença que oscila entre os três e os cinco por cento. Para os analistas, a abstenção e o voto dos indecisos será um factor determinante nos resultados.
Em contraste com as gigantescas marchas vermelhas que se registaram sem incidentes em várias cidades, várias tentativas de estudantes universitários opositores foram reprimidas com gás lacrimogéneo.
Depois de, no último sábado, milhares de estudantes opositores marcharem, durante mais de quatro horas, desde o populoso bairro de Petare (localidade considerada um barómetro político), a leste de Caracas, até às proximidades do centro de Caracas, o Ministério do Interior e Justiça negou cinco pedidos de autorização impossibilitando o encerramento de campanha na capital. Os estudantes pretendiam ir até o bairro de Cátia, a oeste da cidade, zona tradicionalmente chavista.
A votação decorre quando o país se prepara para tomar medidas adicionais para enfrentar a crise financeira mundial, que provocou uma queda de 60 por cento no preço do barril de petróleo, principal fonte de receitas da Venezuela, com os economistas a advertirem sobre os efeitos na economia nacional e a prever uma desvalorização do bolívar forte, redução das importações e novos impostos.
Segundo a imprensa, a empresa petrolífera estatal Petróleos da Venezuela S. A. (PDVSA) começa a dar sinais de dificuldades para cumprir os seus compromissos financeiros, com os empreiteiros a denunciar que não recebem desde Novembro de 2008. "
Para o referendo foram convocados 16,7 milhões de venezuelanos que deverão decidir sobre uma proposta que prevê que sejam emendados cinco artigos da Carta Magna, para permitir a reeleição presidencial ilimitada e de todos os cargos de eleição popular.
No poder há 10 anos, Hugo Chávez anunciou recentemente que estava disposto a continuar a gerir os destinos na Venezuela até 2049 - altura em que faria 50 anos na presidência - porque precisa de tempo para poder avançar com o projecto de instalação no país de um regime de "socialismo do século XXI", um "processo" que define como "revolução bolivariana" e que garante "chegou para ficar".
A actual Carta Magna prevê que o presidente possa ser reeleito apenas para dois mandatos seguidos e se a emenda constitucional não vingar, Hugo Chávez terá que abandonar o poder em 2012.
TENSÃO POLÍTICA
Habituados a viver praticamente em permanente campanha eleitoral, com pelo menos uma eleição anual, os venezuelanos viram nas últimas semanas uma intensificação do clima político, com os canais estatais de televisão a fazer abertamente uma campanha política a favor da emenda e as estações privadas a fazer o mesmo mas contra a reeleição presidencial ilimitada.
Também nas últimas semanas inumeráveis cartazes de cor vermelho e branco inundaram o país, chamando a votar pelo "sim" no referendo. Uma campanha que chegou até aos organismos oficiais, com empregados estatais a saírem às ruas, vestidos com t-shirts vermelhas, a apelar ao voto favorável e algumas instituições públicas a exibirem cartazes a defender a continuidade de Hugo Chávez no poder.
O Conselho Nacional de Eleições (CNE) recebeu 210 denúncias de violação às normas de propaganda e abriu 57 procedimentos administrativos, obrigando instituições como a nacionalizada Electricidade de Caracas e o Instituto Nacional de Capacitação Educativa Socialista (INCES) a tirar das suas instalações gigantescos cartazes que chamavam a votar pelo "sim".
O CNE ordenou também aos oposicionistas a suspensão de uma acção publicitária sobre a insegurança por considerar que violava as normas eleitorais.
POSSÍVEL EMPATE TÉCNICO
Proibidas desde há uma semana, as últimas sondagens apontavam para um empate técnico, algumas delas com a opção "sim" em primeiro lugar e outras ao contrário, mas com uma diferença que oscila entre os três e os cinco por cento. Para os analistas, a abstenção e o voto dos indecisos será um factor determinante nos resultados.
Em contraste com as gigantescas marchas vermelhas que se registaram sem incidentes em várias cidades, várias tentativas de estudantes universitários opositores foram reprimidas com gás lacrimogéneo.
Depois de, no último sábado, milhares de estudantes opositores marcharem, durante mais de quatro horas, desde o populoso bairro de Petare (localidade considerada um barómetro político), a leste de Caracas, até às proximidades do centro de Caracas, o Ministério do Interior e Justiça negou cinco pedidos de autorização impossibilitando o encerramento de campanha na capital. Os estudantes pretendiam ir até o bairro de Cátia, a oeste da cidade, zona tradicionalmente chavista.
A votação decorre quando o país se prepara para tomar medidas adicionais para enfrentar a crise financeira mundial, que provocou uma queda de 60 por cento no preço do barril de petróleo, principal fonte de receitas da Venezuela, com os economistas a advertirem sobre os efeitos na economia nacional e a prever uma desvalorização do bolívar forte, redução das importações e novos impostos.
Segundo a imprensa, a empresa petrolífera estatal Petróleos da Venezuela S. A. (PDVSA) começa a dar sinais de dificuldades para cumprir os seus compromissos financeiros, com os empreiteiros a denunciar que não recebem desde Novembro de 2008. "
In Sic Notícias Online
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