"Morgan Tsvangirai refugiou-se na missão holandesa.
Numa altura em que as opções da comunidade internacional para pressionar Robert Mugabe são limitadas, Washington, Londres e Paris fizeram saber que o seu regime deixará de ser reconhecido caso não sejam realizadas eleições livres no Zimbabwe, com a participação da oposição.
Este desistiu de participar na segunda volta das presidenciais, sexta-feira, para poupar à intimidação e à morte os zimbabwianos que a apoiam. "Está claro que o país conhece uma crise política e de legitimidade. Sem uma segunda volta justa, em que o povo possa ter confiança, o governo não pode ser legítimo", afirmou o embaixador dos Estados Unidos na ONU, Zalmay Khalilzad, ontem citado pelas agências internacionais.
No mesmo sentido falou a secretária de Estado, Condoleezza Rice, apelando ao mundo que peça contas ao regime zimbabwiano de Robert Mugabe. O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, também pediu à comunidade internacional que declare o regime ilegítimo. "É preciso enviar uma mensagem unânime: não reconhecemos a fraude eleitoral nem a violência e intimidação de uma corja de criminosos desacreditados". O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da França indicou, por sua vez, que a ausência do líder da oposição, Morgan Tsvangirai, na segunda volta das eleições "não corresponde às expectativas da comunidade internacional de um escrutínio livre, aberto e transparente". As três potências estavam ontem a pressionar a China e a Rússia, os outros dois membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a participarem numa condenação conjunta do regime de Mugabe. O que é pouco provável uma vez que Pequim é um dos aliados do chefe do Estado zimbabwiano e líder da Zanu-PF. A União Europeia ameaçou endurecer as sanções contra os líderes do partido no poder e as suas famílias. A União Africana, talvez a única com real poder de pressão, para que Mugabe negoceie com Tsvangirai, limitou-se ontem a afirmar que está "gravemente inquieta". No mesmo dia, Tsvangirai, líder do Movimento para a Mudança Democrática refugiou-se na embaixada da Holanda em Harare e acusou a polícia de ter prendido mais de 60 pessoas numa sede do seu partido. As autoridades dizem ter-se tratado de uma simples questão sanitária e o Governo garante que Tsvangirai continua na corrida eleitoral enquanto não formalizar a desistência."

in "Diário de Notícias"-DN Online(3ªFeira-24 de Junho de 2008)
VC
(Guiné-Bissau)
Este é um país com 1,5milhões de habitantes, sem prisões e poucos polícias e é considerado como a quinta nação mais pobre do mundo.
Durante o dia este parece o país pobre que é, ou seja, muitas pessoas não têm dinheiro para comprar um bilhete de autocarro, não há rede de electricidade ou de água e o palácio presidencial continua em ruínas nove anos depois do fim da guerra civil.
Segundo a ONU este país-ruína é o «primeiro narco-Estado» do Continente, desde que as outras rotas se tornaram perigosas para os traficantes, a África Ocidental tornou-se placa giratória do tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa.
Dantes assolado pelo trafico transatlântico de escravos, a costa da África Ocidental está, de novo a ser atacada, diz o director do Gabinete da ONU Contra a Droga e o Crime (ONUDC), António Maria Costa, que considera o impacto da cocaína sobre África uma replica do impacto da escravatura.
Esta tomada deu-se à velocidade da luz, desde 2003 99% de todas as drogas apreendidas no continente foram descobertas na África Ocidental.
-» 1998/2003= 600 Quilos de cocaína apreendida; 2006=Quintiplicou e 2007= 5,6 toneladas nos 1ºs nove meses!
Segundo o ONUDC, o valor do tráfico é superior ao rendimento nacional -A grande questão é que sem assistência, a Guiné-Bissau fica a mercê de narcotraficantes ricos, bem armados e que utilizam tecnologias avançadas.
Ao fim de 13 anos de guerra civil sangrenta, conquistou a independência de Portugal, viveu os primeiros 5 anos sob uma ditadura marxista-leninista e 18 anos sob João Bernardo «Nino» Vieira, até este ser deposto por uma revolta militar. Crises sucessivas, 2 guerras e o colapso económico trouxeram Nino Vieira de volta em 2005, com saneamento nas Forças Armadas e uma estabilidade enganadora.
O facto de a maioria dos diplomatas ocidentais ter abandonado Bissau durante a guerra também não ajudou, os Estados Unidos e o Reino Unido fecharam as suas representações em 1998 e os americanos só reabriram a sua em Junho do ano passado, em resposta ao tráfico de cocaína, mas o Reino Unido não tem representação diplomática em Bissau nem se juntou aos 2 países ibéricos e à UE para contribuir para os projectos de ajuda da ONU ao país. De acordo com o ONUDC, o Reino Unido e a Espanha já ultrapassaram os EUA no consumo de cocaína por habitante.
O calvário da cocaína começou há 3 anos, quando pescadores de umas ilhas encontraram embalagens de pó branco na praia.
Os gangues da cocaína descobriram na Guiné-Bissau um país onde o Estado de direito é praticamente inexistente, é fácil um senhor do crime organizado desenvolver as suas actividades.
Diz-se que as Forças Armadas e alguns políticos da Guiné-Bissau estão intimamente envolvidos no narcotráfico.

in The Observer-Londres; Autores:Grant Ferrett e Ed Vulliamy(09.03.2008)-Courrier Internacional
VC

(Comportamentos e indícios)
Todas as sociedades são influenciadas pelo modo de vida e pelo comportamento de quem detém o poder.
Uma parte da sociedade turca decidiu começar a copiar os que estão no poder, só para lhes agradar.
Na seguimento das eleições legislativas de 22 Julho de 2007, ganhando o AKP (partido islamita conservador) verificou-se o aparecimento de um novo estilo, até a forma de falar turco mudou, verifica-se hoje uma propensão para utilizar na conversação mais termos árabes tirados do Corão, nem a linguagem corporal escapa a esta evolução.
Por exemplo era comuns as pessoas darem apertos de mão, nestes últimos anos a moda passou a se o abraço, chique é as pessoas cumprimentarem-se com a mão sobre o coração.
Quanto às mulheres, adoptou-se a fórmula da saudação com ma inclinação de cabeça, até o álcool está a desaparecer aos poucos. A separação entre os homens e as mulheres é cada vez mais visível e a participação a oração da sexta-feira aumentou de forma explosiva e também os meios de comunicação dão mais ênfase aos valores religiosos, esta evolução não é o fruto de directivas ou ordens de AKP, estes partidários da aplicação da «Sharia», assumiram grande visibilidade, contribuindo para acentuar a pressão social, importunado os que bebem álcool ou não fazem jejum durante o Ramadão.
É indiscutível que a sociedade turca está a mudar e qualquer que seja o qualitativo utilizado, devemos registar estas mudanças e agir em conformidade.

in Milliyet Istambul (Excertos), Autor: Mehmet Ali Birand (13.03.2008)-Courrier Internacional
VC

Um livro de História comum aos países dos Balcãs executado por 16 historiógrafos, financiado pelo Pacto de Estabilidade lançado pela União Europeia em 1999, alberga aquilo que une estes povos até agora marcados pelos sobejos nacionalistas.
Estes historiadores consideram que o ensino passado, é deformado e incompleto, alimentando violência e ódio;
Na primeira parte a história comum a França e à Alemanha levou 50 anos a redigir, somente para o período posterior a II Guerra Mundial.
Este projecto cinge o período que vai do inicio do Império Otomano ate 1945.
Embora apresente vantagens, não resiste a todas as instigações de abordagem nacionalista, pois a história pode ser vista como um instrumento político que os Estados utilizam para exaltar a sua grandeza.
Segundo Winston Churchill, os Balcãs originavam mais história do que eram capazes de compreender.
Excelente seria se estes aprendessem a viver com a sua história comum e não apenas com as partes que lhes convêm, ou seja, seria benéfico informarmo-nos sobres os outros, pois aprendemos muito sobre nós mesmos.

in Kapital- Sófia (Excertos), Autora: Irina Novakova (25.02.2008)-Courrier Internacional
VC

Sobre nós

Nós somos um Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais da Universidade de Évora


História do NERIUÉ

Foi com enorme orgulho que no dia 29 de Fevereiro de 2008 se efectuaram eleições e o curso de Relações Internacionais da Universidade de Évora viu nascer um dos seus primeiros frutos, o NERIUÉ, após o início da licenciatura do ano 2007/2008, com o trabalho dos alunos e o apoio da Comissão de Curso, com o objectivo de dinamizar actividades extra curriculares relacionadas com as RI.
Pretendemos transformar o período de passagem dos estudantes pela vida académica num momento de aprendizagem dinâmica mais informal.
É uma mais valia para a licenciatura, que todos os estudantes de Relações Internacionais participem e colaborem com projectos e ideias.


Porquê Relações Internacionais?

Trata-se de um curso essencial, pois já ninguém pode ignorar o mundo internacional numa era de globalização. O mundo que nos rodeia tem repercussões na vida quotidiana de cada um de nós. O comércio internacional, as inovações tecnológicas, os problemas com os direitos humanos, a ajuda humanitária, a crise ecológica e ambiental, as relações entre povos e estados, tudo tem hoje uma influência que é, em simultâneo, local e global, além de decisiva para o futuro da humanidade. As chances de desenvolvimento serão determinadas, essencialmente, pela maior ou menor capacidade que desenvolvam para conviver e protagonizar situações de mudança. Este é o grande desafio, no início do século XXI, e terá de ser estudado porque nas próximas décadas será uma questão fundamental a sobrevivência do género humano enquanto espécie. Vive-se, hoje, um processo de mutação do pensamento, que deve dar origem a uma nova civilização consciente da interdependência entre povos e nações, e reafirma a relação entre o homem e o Universo, entre a parte e o todo. Importa, por isso, ter ferramentas de compreensão, prática e teórica, que permitam formar diplomados que possam intervir no mundo.
Porque o mundo é de todos.

Saídas Profissionais

Carreira diplomática e consular; carreira em organizações internacionais; ONG's; empresas privadas e entidades públicas que trabalhem em projectos internacionais e/ou europeus e transfronteiriços; funções técnicas superiores em entidades públicas centrais, regionais ou locais; assessoria em gabinetes públicos ou privados de estudos internacionais e/ou europeus.

Fundadora:

Vânia Cabrita, aluna de RI (2007/2008)
Universidade de Évora